Os católicos adoram a Virgem Maria?
Nossa Senhora de Fátima, no Santuário de Fátima, Portugal / Foto: Paulo Cunha |
Na cruz, Jesus entregou todos nós à sua mãe, quando disse: “Eis a tua mãe” (João 19, 27). Era ao seu amado discípulo, que acolheu Maria em sua casa, para quem Jesus falava. Se nós não somos capazes de acolher a Mãe do nosso Senhor e Salvador em nosso lar e na nossa vida, não podemos ser chamados de discípulos. Não acolher Maria é, ao mesmo tempo, uma desobediência a Cristo. No entanto, isso não a torna maior que Ele, pelo contrário, coloca Nossa Senhora no lugar que lhe pertence. Depois Dele, ninguém é maior que ela.
Nós, católicos, não amamos a Virgem Maria como uma “deusa”, mas como uma “mãe” espiritual que pode, de modo pleno e infalível, nos conduzir a seu filho, Jesus Cristo. Agimos como os servos das bodas de Caná, "fazendo tudo que Ele nos disser" (Jo 2, 5), como pediu a Mãe de Deus, devolvendo a alegria àquele lugar.
Mas afinal, os católicos adoram Maria?Nós, católicos, não amamos a Virgem Maria como uma “deusa”, mas como uma “mãe” espiritual que pode, de modo pleno e infalível, nos conduzir a seu filho, Jesus Cristo. Agimos como os servos das bodas de Caná, "fazendo tudo que Ele nos disser" (Jo 2, 5), como pediu a Mãe de Deus, devolvendo a alegria àquele lugar.
Olhando à primeira vista, os católicos parecem que adoram a Virgem Maria, principalmente quando ajoelham-se diante das imagens marianas e pedem sua intercessão. Para quem não conhece, ou pra quem tem um pré-conceito formado, os católicos estão desobedecendo o primeiro dos 10 mandamentos: “Não terás outros deuses diante de mim” (Ex 20, 3).
O Catecismo da Igreja Católica diz que a devoção a Maria é diferente do que é adoração a Deus, pois trazem consigo essências distintas. Ajoelhar-se por exemplo, diante da imagem de Maria e carregar um andor com a Virgem, não é adorar, mas sim uma atitude de devoção.
"Esta devoção muito especial (à Virgem Maria) é diferente essencialmente da adoração que é dada ao Verbo encarnado (Jesus) e igualmente ao Pai e ao Espírito Santo", CIC 971.
"Esta devoção muito especial (à Virgem Maria) é diferente essencialmente da adoração que é dada ao Verbo encarnado (Jesus) e igualmente ao Pai e ao Espírito Santo", CIC 971.
Nós, católicos, acreditamos e sabemos firmemente que adoração se deve somente a Deus. Quando um católico reza para um santo específico, assim como para a Virgem Maria, ele pede ao santo para interceder por ele, em seu nome, diante do trono de Deus no Céu. A oração não é um tipo de “sacrifício” dirigido ao santo, mas um simples pedido feito entre duas criaturas.
São Luis Maria Grignion de Montfort escreveu, em seu Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, que: “Com toda a Igreja, eu reconheço que Maria, sendo uma mera criatura moldada pelas mãos de Deus, é, comparada à infinita majestade de Deus, menos do que um átomo, ou simplesmente é nada, visto que só Ele pode dizer: 'Eu sou aquele que é (Javé)'”. A diferença é que uma criatura (nós) permanece na terra, enquanto a outra criatura (Maria) está viva, de corpo e alma, na presença de Deus no Céu.
São Luis de Montfort também faz uma analogia perfeita que pode nos ajudar a entender a veneração da Virgem Maria pelos católicos:
É como se um camponês pobre, desejoso de conquistar a amizade e o favor do rei, fosse à rainha e lhe desse uma maçã – sua única posse – para oferecê-la ao rei. A rainha, aceitando a humilde dádiva do camponês, coloca-a em um lindo prato de ouro e a apresenta ao rei em nome do camponês. A maçã em si não seria um presente digno de um rei, mas apresentada pela rainha pessoalmente em um prato de ouro, torna-se apta para o rei.
Maria apresenta nossas boas obras a Jesus. Ela não guarda nada que oferecemos para si mesma, como se ela fosse nosso último fim, mas infalivelmente dá tudo a Jesus. Então, pelo simples fato de darmos alguma coisa a ela, estamos dando a Jesus. Pedindo a Mãe, o Filho atende.
Muitos santos (como São Luis de Montfort e São João Paulo II) atestaram o fato de que quanto mais uma pessoa se aproxima de Maria, mais se aproxima de Jesus Cristo. Nosso amor por Maria, por consequência, aumenta nosso amor a Deus. Como escreveu São João Paulo II:
A história da piedade cristã ensina que Maria é o caminho que leva a Cristo e que a devoção filial a ela nada tira da intimidade com Jesus; na verdade, aumenta e eleva aos níveis mais altos de perfeição.
Portanto, não tenha medo de recorrer à Maria para chegar até Jesus, não porque Ele precise dela para agir em nós, mas por ela ser o caminho e o modelo perfeitos para sermos cristão e chegarmos até Jesus. Ame-a sem receio e destemidamente, ciente de que adoramos somente a Cristo, da mesma forma que ao Pai e ao Espírito Santo. Louvar a Maria é adorar Jesus, não porque têm o mesmo poder, mas porque tudo nela aponta para Jesus. Termino com uma frase belíssima de São Luis Maria Grignion de Montfort, de quem tanto falei neste artigo, que diz:
Deus reuniu todas as águas e deu nome de mar, reuniu todas as graças e deu o nome de Maria.
Viva a Mãe de Deus e nossa!
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